quarta-feira, 20 de agosto de 2008


“Este é tempo de divisas, tempo de gente cortada... É tempo de meio silêncio, de boca gelada e murmúrio, palavra indireta, aviso na esquina.” Era assim que o poeta Carlos Drummond de Andrade se referia ao período do Regime Militar. O que muitos não esperavam é que, mesmo após a queda do Regime e a conquista da "democracia" no país, a "divisa", a "gente cortada" e o "silêncio" permaneceram.Basta direcionarmos nossos olhares a nós mesmos e a nossos colegas que vivem na periferia, onde jovens trabalhadores (as) são frequentemente o público alvo das torturas e do "DOI-CODI" so século XXI (atualmente enfatizado pelas inúmeras políticas de Segurança Pública- como a diminuição da idade penal, como a construção das Casas de dentenção e etc). Compreender e comparar os fatos do passado com os da atualidade nos faz perceber que nada é mera coincidência...As torturas ainda existem,só os mecanismos e os instrumentos para tal é que mudaram....
Este AINDA é tempo de divisas, tempo de gente cortada...É AINDA tempo de meio silêncio, de boca gelada e murmúrio, e as palavras indiretas passaram a ser palavras mortas, e diretas...ainda são poucas.

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