domingo, 7 de setembro de 2008

...Enquanto isso, na UNIFESP (Universidade Federal de SP)...

As lutas na PUC não são lutas isoladas! É preciso termos informações e articulações com estudantes de outras universidades que também estão na luta pela educação de qualidade!
UNIFESP - (Universidade Federal de São Paulo)

Estudantes de todos os campi estão acampados em frente à reitoria mais de 10 dias, exigindo mudanças na estrutura de poder da Unifesp e contra a manobra das eleições para pôr panos quentes na crise.


As denúncias de corrupção que atingiram toda a burocracia universitária que dirige a Unifesp, principalmente o ex-reitor Ulysses Fagundes Neto, esclareceram de uma vez por todas o verdadeiro funcionamento da universidade. Somente com o cartão corporativo da reitoria foram desviados mais de 85 mil reais na compra de cosméticos, materiais esportivos e artigos de luxo, e o desvio de verba do orçamento 2006 e 2007 chegou a 178 milhões de reais. Além disso, quando Ulysses era diretor da pediatria do Hospital São Paulo foram roubados 600 mil reais e agora surgiu um novo escândalo de corrupção que dentre outros roubos exorbitantes ficaram em evidência lima escova de cabelos de mais e um barbeador de marfim de 300 reais cada. Como se não bastasse o ex-reitor rompeu com o compromisso de ter dedicação exclusiva a entidade realizando trabalhos de consultoria as custas de verba pública.

As denúncias levaram a queda do ex-reitor e de todos os próreitores colocaram claramente uma questão fundamental quem e como deve ser administrada a universidade. Atualmente uma pequena burocracia ligada aos professores dirige a universidade em detrimento de toda a comunidade acadêmica, principalmente os estudantes. O reitor possui poderes unipessoais e o conselho universitário serve apenas como uma fachada para referendar suas decisões. A participação dos estudantes nos órgão colegiados, principalmente no Consu (conselho universitário) é mínima e funciona como uma esmola aos estudantes. Toda estrutura de poder está destinada a atender, como demonstram os escândalos de corrupção, a interesses de indivíduos e grupos corporativos.

Nesse sentido, a tentativa da burocracia universitária de eleger às pressas um novo reitor tem a seguinte lógica: mudar um pouco para que as coisas permaneçam como estão. Ou seja, manter a mesma estrutura de poder que não atende os interesses estudantis e da universidade. Um dos principais interessados nisso é a Adunifesp (Associação dos Docentes da Unifesp), que está articulando um nome para a futura eleição. Esse setor da burocracia universitária não representa grande força política e portanto busca se apoiar no DCE como forma de angariar apoio estudantil para suas propostas, mas sem atender as nossas reivindicações. Não basta trocar seis por meia-dúzia nem escolher o menos pior/ Nenhum dos candidatos vai realmente atender as nossas reivindicações É preciso ter um claro programa de luta para mudar totalmente a estrutura da universidade e para conquistar um ensino de qualidade e atender as necessidades dos estudantes e da população.

Estudantes de todos os campi estão acampados em frente à reitoria exigindo mudanças na estrutura de poder da Unifesp e contra a manobra das eleições para pôr panos quentes na crise.
O acampamento está servindo para mobilizar o conjunto dos estudantes para formular e debater profundamente um programa para as lutas estudantis e um projeto de universidade. Por isso, a atitude do DCE na assembléia do dia 27/08 de querer votar a paridade sem discutir pontos importantes da pauta de reivindicações e das bandeiras de movimento é uma tentativa de evitar este debate de fundamental importância e pôr fim à mobilização, enquanto os estudantes acampados estão discutindo outras propostas, como a de um governo tripartira (professores, funcionários e estudantes) proporcional.

Os estudantes devem lutar para que suas reivindioaçôes, que é a de uma universidade de qualidade, sejam atendidas, e não para servir de massa de manobra para eleger o candidato da Adunifesp, assim como foi mostrado pelos meios de comunicação do dia 26/08.

Fortalecer o acampamento como forma de luta!

Fomentar uma real discussão sobre a estrutura de poder da Universidade com toda a comunidade acadêmica!

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